Trouxe para cima o que era preciso vertebrar, e o lugar lavou-se por dentro, e eu ardia-me no outro lado.
Desci até à doença de chumbo, o que eu pensava ser outra coisa, uma mensagem que chamaste relação, e lutei.
Nunca existiu.
Acabou-se o metal, o branco, o chumbo, o amor, e reexiste nele um outro mais perigoso.
- Sabes quanto tempo eu amei?
- Porque te preocupas com o tempo se a vida parece sempre pequena? Não, não sei.
- Amei-te com mais tempo do que o que eu tinha para viver. Parece-te dramático? Eu sei. Nunca soube ser outro. Quando não beijamos habituamo-nos a morder.
- Não consigo amar-te assim, e às vezes penso que nunca o conseguirei vivê-lo, no entanto...
- Seria bom que entendêssemos o abismo. Não tenho mais tempo para a felicidade ordenada.
Sabes, as pessoas acreditam que amam porque não se atrevem a pensar a morte. Canso-te? - Não.
- Está na hora de me ir embora.
- Amei-te porque decidi morrer.
Paulo Damião
Somos um espaço livre de promoção cultural com responsabilidade social que visa incrementar a diversidade através de uma rede cada vez maior, participativa e sensível às intersecções humanas.
segunda-feira, julho 02, 2007
sexta-feira, janeiro 05, 2007
Quem morre?
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções - justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite, pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estado esplêndido e felicidade.
Pablo Neruda
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções - justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite, pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estado esplêndido e felicidade.
Pablo Neruda
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