segunda-feira, julho 02, 2007

Um lugar ao lado do coração

Trouxe para cima o que era preciso vertebrar, e o lugar lavou-se por dentro, e eu ardia-me no outro lado.
Desci até à doença de chumbo, o que eu pensava ser outra coisa, uma mensagem que chamaste relação, e lutei.
Nunca existiu.
Acabou-se o metal, o branco, o chumbo, o amor, e reexiste nele um outro mais perigoso.
- Sabes quanto tempo eu amei?
- Porque te preocupas com o tempo se a vida parece sempre pequena? Não, não sei.
- Amei-te com mais tempo do que o que eu tinha para viver. Parece-te dramático? Eu sei. Nunca soube ser outro. Quando não beijamos habituamo-nos a morder.
- Não consigo amar-te assim, e às vezes penso que nunca o conseguirei vivê-lo, no entanto...
- Seria bom que entendêssemos o abismo. Não tenho mais tempo para a felicidade ordenada.
Sabes, as pessoas acreditam que amam porque não se atrevem a pensar a morte. Canso-te? - Não.
- Está na hora de me ir embora.

- Amei-te porque decidi morrer.

Paulo Damião

1 comentário:

Paula Alves disse...

Viva!

que bom ver que este blog voltou a ter vida:))

Espero que a pausa tenha significado novas conquistas positivas!
Este poema é muito bonito!
Atrevo-me a responder-lhe com estas palavras de Elizabeth Barret Browning


How do I love thee? Let me count the ways. I love thee to the depth and breadth and height My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.

I love thee to the level of everyday's Most quiet need, by sun and candlelight.
I love thee freely, as men strive for Right; I love thee purely, as they turn from Praise.

I love thee with the passion put to use In my old griefs, and with my childhood's faith.I love thee with a love I seemed to lose With my lost saints, - I love thee with the breath,Smiles, tears, of all my life! - and, if God choose,
I shall but love thee better after death.

:)
PaulaAlves