domingo, novembro 13, 2005

É o fim...

o som rasgado dos movimentos lentos
o tom castanho que toca no rosto
a beleza afónica de quem sente
o mar, sentido no cheiro

noites passadas sem te ver
o cheiro que não sinto, nem finjo
um corpo que se perde na cama
o teu suor, as tuas lágrimas

a espera é longa e triste
como um desejo por curar
como um relógio que perece
em silêncios contidos

é o fim....silêncioso na forma

Falco
Porto, 1996

2 comentários:

Anónimo disse...

A noite é escura
É à noite que tudo em mim é escuro.
Nada vejo, nada sinto.
Apenas o desespero de não te ter perto de mim.
A ti, ser humano que me respeitas e carinho me tens.
Fecho os olhos e o escuro torna-se mais intenso.
Mas, de repente...
A luz se acende e com ela,
O brilho do teu olhar ilumina a escuridão do meu quarto.
Depois, … depois a tua voz.
A tua doce voz... que me faz vibrar e tem eco em meu coração.
As tuas sábias palavras que me limpam as lágrimas.
E reforçam-nas nesse mesmo instante.

És único... és meu!

Anónimo disse...

"Estou a sufocar o meu grito
Evito a custo ligar-te, chamar-te...
Mas sei que vou fraquejar
mais cedo ou mais tarde,
inevitavelmente vou falhar.
Persisto na tentativa
de manter inacabado um sonho
que há muito se acabou.
...
Estou à espera, refém,
da tua mensagem que não chega,
que eu sei que não vem...
a menos que te dê um sinal,
que eu te chame
sem certeza porém
de aceder a mais do que ao teu silêncio.
...
A falta de ti continua a viver em mim,
a preencher o vazio do teu não ser.
Não esqueço o teu sorriso
que queria meu,
os teus olhos
que por segundos prendi no meu olhar,
a tua mão
que se demorou no meu pulso
em momentos de querer,
os teus lábios
que os meus desejam sempre
e que por momentos, disfarçadamente,
buscaram a pele onde ainda se desenhavam os meus.
...
E de noite continuo a guardar
o espaço que nunca ocupaste,
guardei-te o lado esquerdo...
mas podemos trocar.
...
Quando o sono me descansa
invades em tumulto os meus sonhos,
e vejo os traços que amo em ti,
fazes parte da minha vida nessas horas
em que não controlo o meu querer.
Mas mesmo de olhos fechados
revejo a última, a real
a impossível imagem de ti,
num abraço de outro corpo.
...
Eu não posso ficar,
não tenho do que partir,
não há o que acabar
e mesmo assim eu sei que te vou procurar...
Perdoa a minha fraqueza
que eu não posso perdoar
e por favor se não me prendes,
pelo menos liberta-me,
impede que me prenda eu
ao sonho de ti."

Sofia